quarta-feira, 20 de junho de 2012

41) A velhinha no aeroporto Afonso Pena


Um de nossos Curtiss C-46 com passageiros, iniciou a decolagem na pista do aeroporto Afonso Pena, em Curitiba, PR. Essa pista tinha uma pequena lagoa junto a uma das cabeceiras, com pouca profundidade. O C-46 estava pela metade da pista, quando um dos seus motores entrou em pane total. O piloto decidiu ficar na pista e para isso cortou o outro motor e aplicou os freios das rodas com violência.

O avião continuou avançando e não parou até o fim da pista, precipitando-se com grande impacto e agitação de água, no interior da pequena lagoa. Ninguém se machucou, e a tripulação tratou de abrir as saídas da cabine, ajudando os diversos passageiros a saírem para dentro da lagoa, caminhando em direção da cabeceira da pista, onde já chegava socorro.

O Comandante (que sempre é o último a sair, segundo a tradição), resolveu dar uma olhada pela cabine, para ver se todos haviam saído. Com surpresa viu que havia, sentada numa das poltronas dianteiras da aeronave, uma senhora que aparentava bastante idade, numa posição relaxada e tranqüila. Aproximou-se da velhinha e falou:

- “Vovó, vamos sair ! Levante-se que eu a ajudarei!”

A velhinha olhou para o Comandante, sorrindo e confiante, dizendo:

- “Sim, moço ! Mas nós já chegamos? Que ligeiro!”

Pois ela não tinha experiência, nunca voara. Haviam-lhe contado algumas coisas, mas tudo era confuso. Estava encantada com esse novo e maravilhoso meio de transporte, tão diferente dos que ela conhecera! Tudo o que estava acontecendo, seguramente fazia parte da rotina operacional da coisa, inclusive aquele pouso tão agitado e com tanta água, no “aeroporto de Congonhas”, que era seu destino! Ora, afinal eram tempos modernos, com certas coisas que ela não entendia muito bem!

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