terça-feira, 12 de junho de 2012

31) Bombeiros no Salgado Filho


Lá pelo fim dos anos 1940, o aeroporto Salgado Filho ainda não tinha qualquer sistema de combate ao fogo em aviões ou instalações, salvo uns poucos extintores de espuma ou CO2, aqui ou ali, que não eram controlados regular e eficientemente. Se um avião sofresse um acidente na pista e pegasse fogo, nada se poderia fazer para salvar as pessoas do incêndio.

Eu, por minha vez, na Diretoria de Ensino tratava de ensinar aos que assistiam aulas, o máximo que eu sabia sobre incêndios, chegando a publicar um folheto que versava sobre fogo em geral e extintores em particular, com as devidas recomendações, que foi largamente distribuído na empresa. Faltava, principalmente, o combate ao fogo em aviões, que não existia. Consegui convencer Berta a gastar algum dinheiro para solucionar essa falta, ainda que precariamente, no que fui atendido. Procurei então o Comando do Corpo de Bombeiros de POA (da Brigada Militar), onde expus meu problema, obtendo ampla cooperação, principalmente sob a forma da designação de um Tenente da Corporação para assessorar-me no que fosse preciso. Em seguida compramos um caminhão Ford sem carroceria e um depósito de uns 2 ou 3 mil litros de água, que foram entregues ao Corpo de Bombeiros para transformá-los em um carro de combate ao fogo, da melhor maneira possível.

Esse veículo ficou pronto algum tempo depois, equipado com o de melhor havia no ramo e na época, inclusive extintores de espuma e CO2. Consegui construir, em ponto estratégico da área próxima à pista, um pequeno hangar onde ficaria nosso veículo, com um telefone ligado à Torre de Controle. Esse veículo precisava de uma guarnição de homens treinados no combate ao fogo, sempre “de plantão” pelo menos nas horas de tráfego aéreo. Berta não concordou com essa guarnição, pois isso significava admitir algum pessoal, que precisava dedicar-se somente àquilo, com treinamentos regulares. Ele achava que na hora de algum acidente o carro de combate arrebanharia os mecânicos que estivessem por perto, que iriam combater o eventual incêndio. Isso era uma coisa ineficiente, contra a qual nos opusemos veementemente, eu e o Tenente dos Bombeiros. Afinal vencemos e uma guarnição foi admitida e devidamente treinada pelo Tenente, muito competente, que ficou conosco algum tempo. Esse foi o primeiro carro de combate a incêndio do Salgado Filho, uma das tantas iniciativas da VARIG para o aprimoramento das operações aeronáuticas em geral.

Um comentário:

  1. Este caminhão deve ser o que esta a venda na Steindorff Viaturas
    http://www.steindorffviaturas.com.br/site/foto.php?codigo=1706

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