segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

80) A VIOLÊNCIA EM PARIS




O que ocorreu na editora que publica piadas principalmente sobre Maomé não se justifica, em termos de violência, em hipótese alguma, porque a violência é sempre condenável. Há porem um aspecto que acho que deve ser comentado:  trata-se do respeito à religião dos outros… Se essa editora hesitasse em publicar caricaturas de Maomé e outros, não estaria violando a liberdade de imprensa ou de expressão, por já existe um escrúpulo nesse sentido, com relação a assuntos tais como imagens de sexo explícito e de cadáveres eventualmente esquartejados. A imprensa não publica essas coisas, num processo de auto-censura, aceito por todos  e que é considerado “de bom tom”, não afetando a tal liberdade de expressão.
  
Alguém já viu na televisão a imagem de um homem nu fotografado de frente, com seus órgãos genitais expostos? Não, só se vêm bundas, pois essas são toleradas pelos censores da TV. Existe, portanto, uma censura à chamada “liberdade de expressão”.

Acho que religião é algo de foro íntima de cada pessoa, e que, portanto, deve se respeitado. Eu não sou religioso, mas respeito todas as religiões, que considero sagradas para seus adeptos, da mesma forma que espero que haja também respeito, dos outros, quanto à minha opção de descrença. É meu modo de pensar.
                                                                                                                                                                                                                                                                                         

79) NOVAS CONSIDERAÇÕES SOBRE FALTA DE SEGURANÇA



DE NOVO, CONSIDERAÇÕES EM TORNO DA  FALTA DE SEGURANÇA EM NOSSO MEIO.

Hoje é o dia 31 de dezembro do ano que finda, 2014. São sete horas da tarde, e enquanto espero chegar a hora de termos nosso tradicional jantar de comemoração de fim de ano ou de ano novo, resolvi escrever um pouco sobre um tema já meio batido,  mas sempre oportuno por sua importância em nossa sociedade.  Trata-se da insegurança pessoal que temos hoje no Brasil, especialmente nas grandes capitais.

O banditismo, ou os assaltos à mão armada contra pessoas indefesas, está-se tornando no Brasil uma praga à qual estamos todos sujeitos, com risco e quase certeza de morte, pois os assaltantes são cada vez mais malvados, assassinando impiedosamente suas vítimas, mesmo depois de terem elas se submetido humilde e apavoradamente às exigências do bandido armado. Há algum tempo, não muito distante, as autoridades policiais recomendavam ao público em geral que, em caso de assalto, não reagissem contra o bandido, pois este se satisfaria com o produto do roubo, sem chegar à violência de atirar contra o assaltado. Este perderia seus bens, mas conservaria a vida, o que era o mais importante. Hoje, porem, sem que se saiba exatamente o porquê, os assaltantes quase que sistematicamente, atiram contra a vítima, geralmente na cabeça para assegurar-se de que haverá morte, mesmo que quase sempre, a vítima não tenha reagido.

Quando a gente investiga a ocorrência de um fenômeno trágico ou desagradável, procura sempre descobrir o que causou o mesmo, com a finalidade de, eventualmente, evitar ocorrência de algo similar. É o que fazem as comissões que investigam as causas de acidentes, por exemplo, e eu tenho alguma experiência disso, pois atuei como investigador de acidentes de aviões, ao tempo da saudosa e finada VARIG. Seria o caso, agora de procurarmos saber a causa desse banditismo, ou do aumento de suas ocorrências.

Podemos entender que um assaltante adota essa atitude porque precisa de dinheiro, que ele poderá obter de sua vítima. De dinheiro, de uma forma ou outra, todos nós precisamos. O assaltante, porem, ao invés de procurar um emprego ou fazer um curso para uma determinada profissão, opta pelo caminho mais fácil, não se sujeitando às dificuldades de um estudo ou de um emprego. Essa opção, porem, requer do indivíduo que a adota a ausência de qualquer escrúpulo moral, de qualquer piedade, de qualquer respeito pelas demais criaturas.

Esse aspecto da vida (ou morte?) humana, de um modo em geral, sempre houve. Sempre existiram aqueles que optaram pela ilegalidade para sobreviverem. Há, porem, uma diferença entre o que tem acontecido nos últimos tempos e o que a memória nos revela: as pessoas eventualmente assaltadas, não eram totalmente indefesas, como hoje; então os assaltantes tinham algo para temer: uma eventual reação de suas vítimas, que poderia estar armada e, pondo assim em risco suas vidas (as dos assaltantes, bem entendido). A população, desde o desarmamento que houve, favorecendo os bandidos, fez com que estes nada tivessem a temer em seus assaltos, pois suas vítimas não oferecem riscos a eles.

O bandido nada tem a temer por parte de qualquer reação de sua desamparada vítima, nem de nossas leis que, ao que parece, são brandas com relação aos malfeitores, de sorte que, mesmo presos pela polícia, voltam em seguida às ruas, preparados e fortalecidos para novos crimes. Vejam o que aconteceu recentemente na Indonésia: um brasileiro resolveu desafiar as rígidas leis do pais, sabendo das eventuais consequências. Ele assumiu o risco de ser fuzilado, e o foi. Houve pedidos de clemência de vários lugares deste mundo inclusive da parte de nossa Presidente, que ficou revoltada e irritada com a atitude do Presidente da Indonésia, que não aceitou seu pedido de clemência.

No Brasil, parece que há um consenso de aplicar clemência a favor de malfeitores, e talvez a irritação de nossa Presidente deve-se a isso. Seria, porem, muito melhor para nós que Sua Excelência ficasse irritada e revoltada com a matança diária ou semanal que ocorre no Brasil, onde vítimas inocentes são fuziladas sem culpa, sem advogado de defesa, sem julgamento, simplesmente a critério irresponsável de um bandido qualquer, talvez até analfabeto, que atira na cabeça de sua vítima simplesmente para apossar-se de seu telefone celular, ou, quem sabe, para divertir-se um pouco! Então existe no Brasil, sim, a pena de morte! Mas muito pior do que na Indonésia, amparada pela tolerância das autoridades e de nossas câmaras legislativas, que parece não se darem conta do que acontecendo, talvez porque achem que qualquer reação mais enérgica poderia provocar a ira dos bandidos e, em consequência, riscos para integridade de sua excelências e seus familiares – quem sabe ao certo ?

Se as coisas continuarem como vão indo, ao cabo de algum tempo não haverá mais vítimas inocentes, pois todas teriam sido assassinadas pelos bandidos; aí então só restará aos tais bandidos, para que possam sobreviver, assaltar e assassinar outros bandidos, de tal sorte que um belo dia – enfim – não  haveria mais bandidos, num  processo de auto-destruição, ou autofagia. E também não haveria mais gente de bem; o Brasil seria então um paraíso desabitado, e todos os problemas teriam sido resolvidos,  para grande satisfação das autoridades, que – a propósito -  também não existiriam mais!  É um pensamento absurdo, mas que merece alguma cogitação, pelo menos assim penso eu!

NOTA: comecei a escrever esse texto em 31/12/2014, mas o estou terminando somente em  19/jan/2015. Por isso as discrepâncias em termos de épocas.