segunda-feira, 6 de maio de 2013

62) Invenções





INVENÇÃO: (do latim: INVENTIUM, criar, chegar a uma conclusão, chegar, inventar)

A história da humanidade está repleta de situações em que foram criadas ou inventadas coisas que não existiam antes. Não foram coisas descobertas, e sim inventadas, pois descobrir é revelar coisas desconhecidas mas que já existiam. Cabral não inventou o Brasil, ele o descobriu porque o país já existia, pelo menos fisicamente, se não politicamente.

Muitas foram as invenções neste mundo, várias delas de grande utilidade e que com o correr dos tempos sofreram aperfeiçoamentos tornando-se cada vez melhores e mais úteis. Dizem que os chineses inventaram a pólvora e a bússola, mas não se sabe qual o chinês que teve essa glória. Ambas sofreram aperfeiçoamentos, e hoje temos além da pólvora, a nitroglicerina e a bomba atômica como instrumentos de destruição, e além da bússola o GPS e outras coisas mais.

Das muitas coisas inventadas pelo homem (e pela mulher!), vale a pena citar a roda, como coisa muito importante em nossa vida. Ela, porém, de per si, não seria importante se não tivesse havido uma outra invenção correlata, que a complementou: o eixo. A roda de nada serviria sem seu eixo; E ninguém fala nele, ignorando-o totalmente. Sem eixo, a roda não tem utilidade; Imagine-se uma fábrica de automóveis sem as rodas e seus eixos! Quem compraria um automóvel irremediavelmente sem rodas? Certamente ninguém, e assim a indústria faliria!

Há situações em que as invenções ou evoluem ou regridem em sua utilização. Vejamos o caso do avião: Santos Dumont inventou o avião, com seu protótipo “14 Bis”.De lá prá cá, muitos modelos de aviões foram projetados e fabricados, alguns bons outros ruins. Agora temos o Boeing 787, o “DreamLiner”, última palavra em tecnologia aeronáutica, uma evolução do 14 Bis. E no entanto qual deles é o melhor ? Certamente o 14 Bis, que não tinha uma bateria, como seu descendente, cujo mau hábito é pegar fogo em vôo. Erro de projeto, sem dúvida. Ao que tudo indica, faltou aos engenheiros da Boeing uma boa dose da sabedoria e do bom senso que caracterizavam nosso genial patrício SD, ao projetarem o “dreamliner” para que esse projeto viesse a ser, como o foi o 14 Bis, um sucesso!

Há ainda outros exemplos da genialidade humana, coisas que aos poucos se incorporaram no modo de viver das populações. Note-se que umas invenções dependem às vezes de outras para se tornarem úteis e até indispensáveis. Veja-se, por exemplo, o prego. Quem inventou o prego ? Não sabemos, mas sabemos que sem o prego existiriam por aí milhares de martelos sem utilização! Ou seja, um baita problema martelar! E o parafuso? O que fazer das chaves de fenda existentes, se não tivesse alguém inventado o parafuso!

Coube assim à humanidade criar coisas, utensílios, aparelhos, para melhor viver, para evoluir. Resta saber, no entanto, quem inventou a humanidade? Como tudo tem princípio e fim, deduz-se que a humanidade começou de algum modo, ou foi inventada por alguém superior à mesma, com enormes poderes. Acredita-se em geral, que o Universo e tudo que ele contém, foi criado ou inventado por uma entidade divina, infinitamente poderosa, que alguns povos chamam de Deus, outros de Dio ou Dios ou God, e ainda outros de Alá, com ainda mais diversas outras denominações.

Essa Entidade seria pré-existente e situada num limbo inimaginável, eterna, não tendo nem princípio nem fim, pois ainda não haviam sido inventados o tempo e o espaço. Então, num momento inexistente (e não se poderia dizer “num belo dia”, pois não havia sol e não havia dia), Deus criou ou inventou o Universo, o tempo e o espaço, e para complementar sua obra, resolveu criar um exemplar do que se chamou chauvinisticamente de Homem, simplesmente para colocar alguém, de algum modo, naquela vastidão que Ele havia criado e que estava humanamente vazia. Para a confecção desse exemplar, utilizou o que parece ter sido a única matéria-prima existente, ou seja, o barro. Feito o homem, com os acessórios que a Divindade achou por bem equipá-lo, tais como cabeça, dois olhos, duas narinas, duas orelhas, dois braços e duas mãos, duas pernas e dois pés, que Lhe pareceram necessários para trilhar pelo Universo, deu-lhe Ele um sopro que ficou conhecido com o nome de Vida. Achou também a Divindade que era necessário dar ao homem um nome, o que seria mais uma de Suas invenções. Sem que se saiba o porque, o nome escolhido foi Adão. Ao que parece, a Divindade não era muito forte em gramática e por isso usou o artigo A antes do nome dão, sem saber definitivamente o sexo da figura ex-barro, a despeito de um penduricalho que a mesma possuía entre as pernas, mas que se pensava que serviria apenas para urinar, mesmo porque o sexo ainda não fora inventado. A figura, no entanto, como ficou-se sabendo mais tarde, era definitivamente do sexo masculino e o nome, portanto, deveria ter sido Odão, mas enfim, vá lá que seja!

Certamente achando que Adão estava muito só e que merecia uma companhia, senão igual, pelo menos parecida, a Divindade, num gesto de grande generosidade, criou ou inventou outra criatura, para gáudio de Adão, como se verificou mais tarde. A fabricação dessa nova criatura, diferentemente da de Adão, não foi com barro. Ou por economia ou por pura pesquisa, Deus, segundo a lenda, decidiu remover uma costela de Adão, talvez achando que ele as tinha demais, e com ela fabricou, milagrosamente, uma criatura bela como nunca se vira no Universo, à qual deu o gracioso nome de Eva, e que era parecida mas ao mesmo tempo diferente de Adão. Seu corpo nu era pleno de graciosas curvas, tinha cabelos longos e sedosos, um rosto perfeito, pernas longas e esbeltas encimadas na virilha, por uma densa mecha de cabelos encaracolados na forma de triângulo, apesar de não ter ainda sido inventada a geometria.

Adão possuía, entre outros acessórios, cinco sensações que foram chamadas de“sentidos”, e surpreendentemente, mas certamente não por acaso mas sim obedecendo a um cuidadoso planejamento, a menina Eva tinha o dom e a capacidade de estimular, a seu modo e instintivamente cada um dos sentidos de Adão, fazendo assim com que este fosse seduzido à medida que contemplava a criatura, que mais tarde foi cognominada de “mulher”.

Assim sendo, quando os olhos de Adão viram a mulher, aquela imagem nada significava para ele, apesar de tê-la achado extremamente atraente. Seria comida? Não parecia; alguma forma de co-piloto, para ajudá-lo em algumas tarefas que pudessem surgir? Talvez...Aí a menina exclamou maviosamente (em português, pois ainda não existiam outras línguas), “Oi!”, o que aos ouvidos de Adão pareceu o mais belo discurso que já ouvira. Essa demonstração da capacidade parlatória de Eva, que mais tarde se tornou um apanágio das mulheres em geral, foi acompanhada de um belo e cativante sorriso com lábios sensuais e fileiras de dentes muito alvos, apesar de não existirem, ainda, as pastas Colgate e outras mais. Esse foi o primeiro sorriso do mundo, portanto uma invenção de Eva.

Satisfeitos e seduzidos os sentidos da visão e da audição de Adão, aproximou-se este da menina Eva e pôde, então, sentir seu delicioso cheiro. Ela exalava, de todo o corpo mas principalmente das axilas e das partes que na época não eram pudendas, um odor característico de sua feminilidade, extremamente afrodisíaco (se bem que não se soubesse, então, o que era isso!), que deliciou e atraiu ferozmente o primeiro e único homem, que não hesitou em cheirar avidamente a dita cuja, especialmente nas belas axilas cobertas de penugem e na região entre-pernas, também com cabelos encaracolados, onde se escondiam os tesouros que Adão estava prestes a descobrir.

Faltava satisfazer os sentidos do tato e do gosto, o que Adão prontamente providenciou, agora sem qualquer hesitação e senhor da situação que afinal era novidade para ele e para qualquer outro que por ali andasse, apesar de se saber que não havia mais qualquer outro ser, vivo ou morto. Adão foi estimulado em suas novas atividades sexuais pelo fato de ter percebido, com certo grau de surpresa, que o tal penduricalho que ele tinha no baixo ventre, e que ele pensara que se destinava apenas a urinar, estava dando sinais evidentes de vida própria, enrijecendo-se cada vez mais à medida que seus sentidos davam-se conta dos encantos de Eva, sem que houvesse, para tal, qualquer intenção da parte de Adão. Era algo automático, certamente previsto no projeto da invenção do Primeiro Homem.

A Divindade que inventara Adão e Eva, segundo a lenda, previra que ambos teriam um fim, atendendo ao princípio estabelecido na formação do Universo, de que tudo por ali teria um princípio e um fim. No entanto, a Divindade hesitou em terminar com ambas as figuras que criara, pois estava orgulhoso de sua performance; ambos eram jovens e bonitos, saudáveis, aparentando alguém com uns trinta anos de idade, capazes de infinitas realizações. Seria o caso, então, de torná-los imortais, mas isso contrariava o princípio básico já estabelecido, e por isso a Divindade imaginou uma solução, pois Ela era fértil em idéias: ao invés de imortalizar o indivíduo, tornaria eterna (relativamente, dependendo do Universo) a espécie. Assim, de alguma forma eles se reproduziriam e seus descendentes, figurativamente, os imortalizariam.

Assim sendo, como se diria muito mais tarde, “dito e feito !” A Divindade equipou Eva com um complicado sistema de reprodução da espécie, que consistia basicamente em receber a injeção de uma como que semente de Adão em seu ventre, semente essa que se associaria a uma contribuição de Eva e daí se iniciaria um processo de evolução ou gestação de uma cópia de ser humano, em tamanho reduzido, que cresceria até a fase adulta, e assim sucessivamente. A Divindade ficara em dúvida sobre em qual ventre se depositaria a tal semente, se no de Eva ou no de Adão, porém afinal se decidira pelo de Eva, por achar que esta era psicologicamente mais bem preparada para suportar o incômodo de um processo demorado do que Adão. Note-se que a Divindade sabia o que era psicologia, pois era, como se sabe, alem de omnipotente, omnisciente.

Esse complicado processo de produzir cópias (não confundir com o que veio a chamar-se “Xerox”) foi revestido pela Divindade, muito sabiamente, por uma boa dose de prazer, com a finalidade de estimular a pseudo imortalidade. Na realidade, esse prazer foi tanto que o pessoal passou a praticar o ato não só para reprodução da espécie, mas sim pelo gozo inerente, surgindo até a invenção de métodos anti-reprodutivos que permitiam grande satisfação sem o compromisso de criar, alimentar, vestir, uma cria. Adão, que experimentou e gostou muito do novo processo de perpetuação da espécie, num de seus momentos de extrema euforia pós-coito, teria exclamado em bom português: “Puxa vida ! Sem dúvida a Mulher é a maior e melhor invenção deste mundo!” - e com isso, acrescente-se, nós concordamos plenamente.

Neste mundo acontecem coisas boas, muito boas mesmo, e coisas ruins, muito ruins. Como tudo que por aqui acontece pode-se dizer que se deve a Deus, pois essa divindade tudo pode e tudo sabe, e é quem controla, dirige e norteia nossa vida e as ocorrências do Universo, tanto é assim que as pessoas, após uma ocorrência benéfica costumam exclamar “Graças a Deus!”, atribuindo à Sua extrema bondade qualquer ocorrência em que o Bem vence o Mal, como nos filmes de Hollywood; poder-se-ia atribuir também a Deus a ocorrência de tragédias e catástrofes que ocorrem freqüentemente por estas bandas. Isso, porém, seria incompatível com a noção de que Deus é supremamente bondoso e tolerante. Então, a quem atribuir essas tragédias e catástrofes? Ao Diabo, talvez, apesar de que pouco se fale nessa figura ultimamente. Mas se ele é o“Rei do Mal” e anda por aí, talvez seja o responsável pelo que ocorre de ruim! Há, porém, um ponto a esclarecer: quem criou o diabo com seu apreço e vocação para o mal (dos outros, veja-se, pois nunca se ouviu dizer que o Diabo sofresse algum mal!) ? Pois se Deus era a única entidade pré-existente ao Universo, só poderia Ele ser o Criador do Diabo, o qual, talvez, tenha se tornado malvado por razões desconhecidas e à revelia de seu Criador. Seja lá como for, seria o caso de que as pessoas neste mundo, sempre que ocorresse uma tragédia ou catástrofe, exclamassem : “Graças ao Diabo!”, para definir responsabilidades. 

Voltando à história da reprodução humana: no processo de injeção de uma semente nas entranhas da mulher, usam os homens o tal penduricalho já mencionado. Este porem, lamentavelmente, tem uma vida útil limitada pelo aumento da idade de seu proprietário. Quanto mais velho o homem, menos ativo é o tal penduricalho, pois com a idade torna-se progressivamente flácido e incapaz de realizar a  tarefa que lhe cabe. Isso chega a um ponto em que o dito cujo tem que se aposentar daquela atividade máscula e gloriosa, retornando à antiga função necessária mas um tanto humilde e sem glórias, de aparelho mijador.: E então, como qualquer idoso nessa fase, se tivesse o dom da fala, limitar-se-ia a contar aos mais jovens histórias já conhecidas, que começariam mais ou menos assim:  “Vou contar uma história para vocês : - Houve uma época em que eu...etc,etc,etc)”.

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