segunda-feira, 6 de maio de 2013

63) Reflexões Sobre o Universo

UNIVERSO = Do Latim: Unis (único); 
Versum (modificado, transformado, reduzido); 
Universum: Reduzido à unidade, uma coisa só.

No começo nada havia, ou tudo que havia era nada, donde pode-se concluir que TUDO e NADA eram a mesma coisa. Pouco importava que TUDO pudesse significar muita coisa, pois não existia nada. Isso foi num determinado momento, inimaginável, pois não existiam, ainda, tempo e espaço. Inexplicavelmente, surgiu súbito uma altíssima concentração de energia. num lugar que ainda não existia, mas que de certa forma estava pré-destinado a ser a sede do que se chamou muitos e muitos éons  mais tarde de “Big Bang”, ou seja, a explosão que deu origem ao que chamamos de “Universo”.

Essa explosão de energia, que ocorreu não se sabe por que, foi  conseqüência de uma incalculável concentração de algo que inexplicavelmente não existia, mas que foi inimaginavelmente poderoso para que pudesse enviar aos quatro cantos do imensurável e infindável  espaço cósmico, que passou a existir a partir desse momento, pois então já deveria te sido criado o TEMPO, os zilhões de pedaços daquela explosão, que vieram a constituir o que parece que se pretendia: o UNIVERSO.


Este, então, solidificou-se sob a forma de muitas e muitas galáxias prenhes de estrelas e planetas, que se expandiram pelos infindáveis espaços, a velocidades incalculáveis e constantes, pois não havia resistência ao avanço,em busca do inalcançável: o infinito. Esse Universo fragmentado compunha-se de milhões de galáxias e estas  de milhões de “sistemas solares” constituídos de muitas estrelas e seus respectivos planetas.

Dessa complexidade cósmica, fazermos parte nós, os habitantes de um humilde planeta que faz parte de uma talvez modesta galáxia, como participantes de um agregado de seres vivos, muitos milhões deles,.espalhados pela superfície deste planeta que se chamou TERRA, cuja coletividade recebeu o nome de HUMANIDADE. Alguns desses seres, através dos tempos, têm procurado explicar os mistérios cósmicos da existência do Universo. Essas tentativas de explicação estão adaptadas às épocas em que foram imaginadas, e têm sido, sistematicamente, superadas ou suplantadas, as mais antigas pelas mais modernas, à medida em que evoluem os conhecimentos, a pesquisa, a cultura, o realismo que substitui a crendice. Essas novas conclusões passam a ser consideradas como “verdade dos fatos”, até que, passado algum tempo, novas “verdades” sejam adotadas em lugar das “antigas”, e assim sucessivamente, através dos tempos.


Imaginemos, portanto, que numa dessas inumeráveis galáxias, num de seus múltiplos “sistemas solares”, exista um planeta (ou mais de um) habitado por seres semelhantes de certa forma aos humanos de nossa Terra,mas que tenham evoluído através dos tempos, não necessariamente segundo as leis Darwinianas que afinal talvez só se apliquem a este planeta onde vivemos, a um ponto de sabedoria, cultura, experimentação e pesquisa muito , mas muito mesmo, superior ao dos sábios terráqueos, de tal forma que aquilo em que acreditamos ser a pura verdade e explicação dos fatos cósmicos, seja em  última análise uma “história da Carochinha” (nossa, bem entendido!) para as mentes desses sábios ultra-galaxianos.  As conclusões a que eles então teriam chegado, seriam “verdades” que substituiriam as nossas de longe, porem que só se aplicariam a eles, sem chegar ao nosso conhecimento. E será que lá, nesse longínquo, hipotético e desconhecido planeta as coisas se passariam como aqui ? Será que a “verdade” deles também se tornaria obsoleta com o passar do tempo ? Caso isso não aconteça, então, eles teriam chegado à almejada “verdade absoluta” que, enfim, tudo explicaria !


Voltando a nosso planeta, certamente nossas mais privilegiadas mentes, nesta e nas seguintes gerações, continuarão à procura da explicação sobre as origens, os destinos e a finalidade do que chamamos por enquanto de Universo, apesar de que, talvez, tudo isso venha a ser para as mentes humanas, inexplicável para todo o sempre. E porque, então, continuar, geração após geração de humanos, na busca dessas inalcançáveis explicações, representando esse insucesso uma eterna frustração ? Ora, talvez isso seja uma predestinação biológica e atávica dos seres humanos, que não se conformam em simplesmente existirem, sem que sintam uma compulsão genética na busca de uma justificativa para sua existência, como se carregassem um sentimento de culpa para tal, que seria aliviado com justificativas aceitáveis por suas mentes.

Entrementes, nós todos, habitantes deste pedacinho de Universo, estamos desfrutando  nossa VIDA, que é inevitavelmente temporária, com o que não temos alternativa senão nos conformarmos. Mas não sejamos pessimistas: temos muitas coisas com que nos  alegrarmos; temos amizades, amores, estamos dotados da capacidade de experimentar e usufruir de bons sentimentos, e isso é precioso. Não foi à toa que o Destino, ou seja lá quem tenha sido, fez com que nossa espécie seja constituída de “machos” e “fêmeas”, com características semelhantes mas não iguais, de tal sorte que uns sejam atraídos pelos outros e, assim, amarem-se, em benefício dos indivíduos e da espécie.


Sejamos, pois, otimistas e satisfeitos, já que a VIDA vale a pena ser vivida, a despeito das eventuais circunstâncias que determinaram o surgimento e o destino do Universo, com as quais, em resumo, não nos devemos preocupar, pois certamente jamais as conheceremos perfeitamente e seu conhecimento não iria modificar para melhor nossa misteriosa existência.

E, por enquanto, fico por aqui.

OBSERVAÇÃO: A expressão “misteriosa existência” que uso acima foi inspirada numa frase de autoria de meu falecido sogro, o médico, intelectual e escritor, DYONÉLIO MACHADO, que está gravada na lápide de sua sepultura, e que diz mais ou menos assim, pois não estou bem lembrado da mesma: “A vida é um intervalo entre dois mistérios !” (referiu-se naturalmente, ao nascimento e à morte).

Nenhum comentário:

Postar um comentário