Rubens A R Bordini, março 2014
Pelo
menos neste nosso planeta, temos seres vivos (temporariamente) e objetos ou
coisas não vivas. Os seres vivos, que são os animais e os vegetais, são
hospedeiros de um mecanismo de sobrevivência que faz com que o alimento
indispensável à vida seja processado por cada um de seus órgãos de forma a produzir, em resumo, energia ou vida. Todos
os seres vivos precisam alimentar-se para continuarem a viver. Já as divindades
que supostamente criaram os seres vivos deste planeta, não precisam
alimentar-se e, a despeito disso, são eternas. Essas divindades, segundo as
teorias religiosas, não tiveram nem princípio nem vão ter fim, ao passo que os
seres vivos têm uma coisa e a outra; assim sendo, não foram criados à imagem da
divindade, pois então, deveriam ser também imortais.
Deixando
um pouco os vegetais de fora, podemos dizer que ao surgirem no planeta os
primeiros seres premiados com o mecanismo quimio-biológico que se chamou VIDA,
seres esses que passaram a ser chamados de ANIMAIS, eles já estavam imbuídos,
de uma forma misteriosa, de uma valorização sem limites daquilo que
experimentaram e gostaram, ou seja a “vida”. A cessação da adquirida “vida”, ou
“morte”, passou a ser indesejada e até temida. Porque não continuar vivendo
para sempre, já que isso parecia tão bom ?
Então,
ante a constatação genética e instintiva de que neste mundo tudo tem que ter um
começo e um fim, surgiu como por encanto a solução : Ao invés de perpetuar o
indivíduo, já que isso não parecia possível, porque não perpetuar a espécie,
através de descendentes, o que seria uma forma de obter a desejada imortalidade, ainda que de
certo modo simbólica ! Assim, estabeleceu-se como que por encanto, um mecanismo
de reprodução da espécie, um tanto complicado, convenhamos, mas que tem
atendido ao desejo talvez inconsciente dos seres vivos: Foram necessários dois
indivíduos para estruturar o mecanismo de reprodução. No caso dos animais, um
deles chamou-se “macho” e o outro “fêmea”
Por
razões desconhecidas, já nos primórdios desses tempos tri-vetustos, existia o
omnipresente “chauvinismo”, que, não se sabe nem como nem porque, privilegia os
machos em detrimento das fêmeas, o que é uma tremenda injustiça ! Assim sendo,
quando surgiu esse casal reprodutor, coube ao macho apenas a simples tarefa de introduzir no organismo
da fêmea uma semente gerativa que seu corpo produzia de graça e sem qualquer
esforço, ao passo que à fêmea coube a exaustiva tarefa de fazer essa semente
germinar, e arcar com todas as demais complicações que o processo passou a
exigir das mesmas.
Os
animais propriamente ditos, ou “bichos”, passaram a fazer o que se chama de
“copular”, associando-se um macho e uma fêmea com a finalidade de reproduzir a
espécie, mas somente nas épocas em que as fêmeas estavam propícias, ou no
“cio”, para o que os machos eram atraídos pelo odor característico da fêmea
nessa fase, odor esse que servia nãoi só para atrair e predispor o macho, mas
também para guiá-lo até o local da fêmea, como se fosse um radar orientador.
As
supostas divindades (se é que existiram, afinal) que “bolaram” esse mecanismo
de pretensa imortalidade para os seres temporariamente vivos, deram-se conta de
que o tal processo de reprodução das espécies poderia ser considerado
cansativo, ou chato, ou desnecessário ou inconveniente por esta ou aquela
razão. Por isso, para garantir o interesse dos participantes em realizar a tal
cópula, fizeram magicamente com que ela se revestisse de um prazer
irresistível, avassalador principalmente
no que toca aos seres humanos, o homem,, principalmente. A participante
feminina dessa cópula, talvez não experimente o mesmo apelo, ou desejo, que o
macho, pois ao que se vê em geral é que cabe a este a iniciativa de atuar
atrativamente junto à fêmea para levá-la ao ponto de participar, às vezes a
contragosto, ao passo que o macho não pode deixar de sentir desejo, pois se
este não acontecer não haverá ereção de seu membro e, consequentemente, não se
realizará a esperada cópula.
Isso
não quer dizer que a fêmea não experimente prazer no ato sexual, já que seu mecanismo gênito-urinário não está
ali somente para urinar, mas sim provido de partes sensíveis que levam ao
prazer às vezes muito intenso. No entanto, nota-se em geral, especialmente nas
mulheres, um certo grau de resistência ao ato sexual (dependendo claro da mulher
e do próprio homem), talvez devida ao condicionamento psicológico e milenar da
mulher no que diz respeito à seleção do parceiro com o qual realizará a
perpetuação da espécie. Se isso realmente existir, talvez explique a antiga
subordinação da mulher ao homem, tendo ela sempre na história da humanidade
ocupado um lugar secundário, o que de uns tempos para cá felizmente está
acabando., exceto nas civilizações mais primitivas.
Se
um casal gera dois filhos, esses rebentos estarão perfeitamente proporcionando
a imortalidade simbólica de seus geradores;se produzir menos do que dois,
estará havendo um “déficit” na
perpetuação da espécie, e se gerarem mais do que dois, isso produzirá um
excesso na população do planeta que poderá ser prejudicial, a não ser, claro,
que as guerras, a violência urbana e os acidentes de trânsito se encarreguem de
proporcionar o tal déficit.
Por
outro lado, a ciência médica progride tanto e tão rapidamente, que as grandes
causas de morte estão ficando cada vez mais distantes; praticamente já não se
morre de uma série de doenças, tais como poliomielite, varíola, etc. Se a
medicina conseguir neutralizar ou pelo menos retardar progressivamente a
decadência de nossos órgãos face ao envelhecimento, um belo dia (certamente
muito distante ainda), o homem tenderá a se tornar imortal, e aí, então, as
“transas” serão só por prazer, sem a necessidade de procriar, o que será sem
dúvida uma infelicidade, pois nós amamos nossos filhos e na minha opinião não
desejaríamos viver sem que eles existam ! Verdade?
Verdade!
ResponderExcluirSchumann
Boa noite Comandante,
ResponderExcluirO Sr. poderia fazer algum comentarios sobre a operação dos Convair 990 na Varig ?
Muito obrigado
Mario H Sanctos