INVENÇÃO: (do latim: INVENTIUM, criar, chegar
a uma conclusão, chegar, inventar)
A
história da humanidade está repleta de situações em que foram criadas ou
inventadas coisas que não existiam antes. Não foram coisas descobertas, e sim inventadas,
pois descobrir é revelar coisas desconhecidas mas que já existiam. Cabral não
inventou o Brasil, ele o descobriu porque o país já existia, pelo menos
fisicamente, se não politicamente.
Muitas
foram as invenções neste mundo, várias delas de grande utilidade e que com o
correr dos tempos sofreram aperfeiçoamentos tornando-se cada vez melhores e
mais úteis. Dizem que os chineses inventaram a pólvora e a bússola, mas não se
sabe qual o chinês que teve essa glória. Ambas sofreram aperfeiçoamentos, e hoje
temos além da pólvora, a nitroglicerina e a bomba atômica como instrumentos de
destruição, e além da bússola o GPS e outras coisas mais.
Das
muitas coisas inventadas pelo homem (e pela mulher!), vale a pena citar a roda,
como coisa muito importante em nossa vida. Ela, porém, de per si, não seria
importante se não tivesse havido uma outra invenção correlata, que a
complementou: o eixo. A roda de nada serviria sem seu eixo; E ninguém fala
nele, ignorando-o totalmente. Sem eixo, a roda não tem utilidade; Imagine-se
uma fábrica de automóveis sem as rodas e seus eixos! Quem compraria um
automóvel irremediavelmente sem rodas? Certamente ninguém, e assim a indústria
faliria!
Há
situações em que as invenções ou evoluem ou regridem em sua utilização. Vejamos
o caso do avião: Santos Dumont inventou o avião, com seu protótipo “14 Bis”.De
lá prá cá, muitos modelos de aviões foram projetados e fabricados, alguns bons
outros ruins. Agora temos o Boeing 787, o “DreamLiner”, última palavra em
tecnologia aeronáutica, uma evolução do 14 Bis. E no entanto qual deles é o
melhor ? Certamente o 14 Bis, que não tinha uma bateria, como seu descendente,
cujo mau hábito é pegar fogo em vôo. Erro de projeto, sem dúvida. Ao que tudo
indica, faltou aos engenheiros da Boeing uma boa dose da sabedoria e do bom
senso que caracterizavam nosso genial patrício SD, ao projetarem o “dreamliner”
para que esse projeto viesse a ser, como o foi o 14 Bis, um sucesso!
Há
ainda outros exemplos da genialidade humana, coisas que aos poucos se incorporaram
no modo de viver das populações. Note-se que umas invenções dependem às vezes
de outras para se tornarem úteis e até indispensáveis. Veja-se, por exemplo, o
prego. Quem inventou o prego ? Não sabemos, mas sabemos que sem o prego
existiriam por aí milhares de martelos sem utilização! Ou seja, um baita
problema martelar! E o parafuso? O que fazer das chaves de fenda existentes, se
não tivesse alguém inventado o parafuso!
Coube
assim à humanidade criar coisas, utensílios, aparelhos, para melhor viver, para
evoluir. Resta saber, no entanto, quem inventou a humanidade? Como tudo tem
princípio e fim, deduz-se que a humanidade começou de algum modo, ou foi
inventada por alguém superior à mesma, com enormes poderes. Acredita-se em
geral, que o Universo e tudo que ele contém, foi criado ou inventado por uma
entidade divina, infinitamente poderosa, que alguns povos chamam de Deus,
outros de Dio ou Dios ou God, e ainda outros de Alá, com ainda mais diversas
outras denominações.
Essa
Entidade seria pré-existente e situada num limbo inimaginável, eterna, não
tendo nem princípio nem fim, pois ainda não haviam sido inventados o tempo e o
espaço. Então, num momento inexistente (e não se poderia dizer “num belo dia”,
pois não havia sol e não havia dia), Deus criou ou inventou o Universo, o tempo
e o espaço, e para complementar sua obra, resolveu criar um exemplar do que se
chamou chauvinisticamente de Homem, simplesmente para colocar alguém, de algum
modo, naquela vastidão que Ele havia criado e que estava humanamente vazia.
Para a confecção desse exemplar, utilizou o que parece ter sido a única
matéria-prima existente, ou seja, o barro. Feito o homem, com os acessórios que
a Divindade achou por bem equipá-lo, tais como cabeça, dois olhos, duas
narinas, duas orelhas, dois braços e duas mãos, duas pernas e dois pés, que Lhe
pareceram necessários para trilhar pelo Universo, deu-lhe Ele um sopro que
ficou conhecido com o nome de Vida. Achou também a Divindade que era necessário
dar ao homem um nome, o que seria mais uma de Suas invenções. Sem que se saiba
o porque, o nome escolhido foi Adão. Ao que parece, a Divindade não era muito
forte em gramática e por isso usou o artigo A antes do nome dão, sem saber
definitivamente o sexo da figura ex-barro, a despeito de um penduricalho que a
mesma possuía entre as pernas, mas que se pensava que serviria apenas para
urinar, mesmo porque o sexo ainda não fora inventado. A figura, no entanto,
como ficou-se sabendo mais tarde, era definitivamente do sexo masculino e o
nome, portanto, deveria ter sido Odão, mas enfim, vá lá que seja!
Certamente
achando que Adão estava muito só e que merecia uma companhia, senão igual, pelo
menos parecida, a Divindade, num gesto de grande generosidade, criou ou
inventou outra criatura, para gáudio de Adão, como se verificou mais tarde. A
fabricação dessa nova criatura, diferentemente da de Adão, não foi com barro.
Ou por economia ou por pura pesquisa, Deus, segundo a lenda, decidiu remover
uma costela de Adão, talvez achando que ele as tinha demais, e com ela
fabricou, milagrosamente, uma criatura bela como nunca se vira no Universo, à
qual deu o gracioso nome de Eva, e que era parecida mas ao mesmo tempo
diferente de Adão. Seu corpo nu era pleno de graciosas curvas, tinha cabelos
longos e sedosos, um rosto perfeito, pernas longas e esbeltas encimadas na
virilha, por uma densa mecha de cabelos encaracolados na forma de triângulo,
apesar de não ter ainda sido inventada a geometria.
Adão
possuía, entre outros acessórios, cinco sensações que foram chamadas de“sentidos”,
e surpreendentemente, mas certamente não por acaso mas sim obedecendo a um
cuidadoso planejamento, a menina Eva tinha o dom e a capacidade de estimular, a
seu modo e instintivamente cada um dos sentidos de Adão, fazendo assim com que
este fosse seduzido à medida que contemplava a criatura, que mais tarde foi
cognominada de “mulher”.
Assim
sendo, quando os olhos de Adão viram a mulher, aquela imagem nada significava
para ele, apesar de tê-la achado extremamente atraente. Seria comida? Não
parecia; alguma forma de co-piloto, para ajudá-lo em algumas tarefas que
pudessem surgir? Talvez...Aí a menina exclamou maviosamente (em português, pois
ainda não existiam outras línguas), “Oi!”, o que aos ouvidos de Adão pareceu o
mais belo discurso que já ouvira. Essa demonstração da capacidade parlatória de
Eva, que mais tarde se tornou um apanágio das mulheres em geral, foi
acompanhada de um belo e cativante sorriso com lábios sensuais e fileiras de
dentes muito alvos, apesar de não existirem, ainda, as pastas Colgate e outras
mais. Esse foi o primeiro sorriso do mundo, portanto uma invenção de Eva.
Satisfeitos
e seduzidos os sentidos da visão e da audição de Adão, aproximou-se este da
menina Eva e pôde, então, sentir seu delicioso cheiro. Ela exalava, de todo o
corpo mas principalmente das axilas e das partes que na época não eram
pudendas, um odor característico de sua feminilidade, extremamente afrodisíaco
(se bem que não se soubesse, então, o que era isso!), que deliciou e atraiu
ferozmente o primeiro e único homem, que não hesitou em cheirar avidamente a
dita cuja, especialmente nas belas axilas cobertas de penugem e na região
entre-pernas, também com cabelos encaracolados, onde se escondiam os tesouros
que Adão estava prestes a descobrir.
Faltava
satisfazer os sentidos do tato e do gosto, o que Adão prontamente providenciou,
agora sem qualquer hesitação e senhor da situação que afinal era novidade para
ele e para qualquer outro que por ali andasse, apesar de se saber que não havia
mais qualquer outro ser, vivo ou morto. Adão foi estimulado em suas novas
atividades sexuais pelo fato de ter percebido, com certo grau de surpresa, que
o tal penduricalho que ele tinha no baixo ventre, e que ele pensara que se
destinava apenas a urinar, estava dando sinais evidentes de vida própria,
enrijecendo-se cada vez mais à medida que seus sentidos davam-se conta dos
encantos de Eva, sem que houvesse, para tal, qualquer intenção da parte de
Adão. Era algo automático, certamente previsto no projeto da invenção do Primeiro
Homem.
A
Divindade que inventara Adão e Eva, segundo a lenda, previra que ambos teriam
um fim, atendendo ao princípio estabelecido na formação do Universo, de que
tudo por ali teria um princípio e um fim. No entanto, a Divindade hesitou em
terminar com ambas as figuras que criara, pois estava orgulhoso de sua
performance; ambos eram jovens e bonitos, saudáveis, aparentando alguém com uns
trinta anos de idade, capazes de infinitas realizações. Seria o caso, então, de
torná-los imortais, mas isso contrariava o princípio básico já estabelecido, e
por isso a Divindade imaginou uma solução, pois Ela era fértil em idéias: ao
invés de imortalizar o indivíduo, tornaria eterna (relativamente, dependendo do
Universo) a espécie. Assim, de alguma forma eles se reproduziriam e seus
descendentes, figurativamente, os imortalizariam.
Assim
sendo, como se diria muito mais tarde, “dito e feito !” A Divindade equipou Eva
com um complicado sistema de reprodução da espécie, que consistia basicamente
em receber a injeção de uma como que semente de Adão em seu ventre, semente
essa que se associaria a uma contribuição de Eva e daí se iniciaria um processo
de evolução ou gestação de uma cópia de ser humano, em tamanho reduzido, que
cresceria até a fase adulta, e assim sucessivamente. A Divindade ficara em
dúvida sobre em qual ventre se depositaria a tal semente, se no de Eva ou no de
Adão, porém afinal se decidira pelo de Eva, por achar que esta era
psicologicamente mais bem preparada para suportar o incômodo de um processo demorado
do que Adão. Note-se que a Divindade sabia o que era psicologia, pois era, como
se sabe, alem de omnipotente, omnisciente.
Esse
complicado processo de produzir cópias (não confundir com o que veio a
chamar-se “Xerox”) foi revestido pela Divindade, muito sabiamente, por uma boa
dose de prazer, com a finalidade de estimular a pseudo imortalidade. Na
realidade, esse prazer foi tanto que o pessoal passou a praticar o ato não só
para reprodução da espécie, mas sim pelo gozo inerente, surgindo até a invenção
de métodos anti-reprodutivos que permitiam grande satisfação sem o compromisso
de criar, alimentar, vestir, uma cria. Adão, que experimentou e gostou muito do
novo processo de perpetuação da espécie, num de seus momentos de extrema
euforia pós-coito, teria exclamado em bom português: “Puxa vida ! Sem dúvida a
Mulher é a maior e melhor invenção deste mundo!” - e com isso, acrescente-se,
nós concordamos plenamente.
Neste
mundo acontecem coisas boas, muito boas mesmo, e coisas ruins, muito ruins.
Como tudo que por aqui acontece pode-se dizer que se deve a Deus, pois essa
divindade tudo pode e tudo sabe, e é quem controla, dirige e norteia nossa vida
e as ocorrências do Universo, tanto é assim que as pessoas, após uma ocorrência
benéfica costumam exclamar “Graças a Deus!”, atribuindo à Sua extrema bondade
qualquer ocorrência em que o Bem vence o Mal, como nos filmes de Hollywood;
poder-se-ia atribuir também a Deus a ocorrência de tragédias e catástrofes que
ocorrem freqüentemente por estas bandas. Isso, porém, seria incompatível com a
noção de que Deus é supremamente bondoso e tolerante. Então, a quem atribuir
essas tragédias e catástrofes? Ao Diabo, talvez, apesar de que pouco se fale
nessa figura ultimamente. Mas se ele é o“Rei do Mal” e anda por aí, talvez seja
o responsável pelo que ocorre de ruim! Há, porém, um ponto a esclarecer: quem
criou o diabo com seu apreço e vocação para o mal (dos outros, veja-se, pois
nunca se ouviu dizer que o Diabo sofresse algum mal!) ? Pois se Deus era a
única entidade pré-existente ao Universo, só poderia Ele ser o Criador do
Diabo, o qual, talvez, tenha se tornado malvado por razões desconhecidas e à
revelia de seu Criador. Seja lá como for, seria o caso de que as pessoas neste
mundo, sempre que ocorresse uma tragédia ou catástrofe, exclamassem : “Graças
ao Diabo!”, para definir responsabilidades.
Voltando
à história da reprodução humana: no processo de injeção de uma semente nas
entranhas da mulher, usam os homens o tal penduricalho já mencionado. Este
porem, lamentavelmente, tem uma vida útil limitada pelo aumento da idade de seu
proprietário. Quanto mais velho o homem, menos ativo é o tal penduricalho, pois
com a idade torna-se progressivamente flácido e incapaz de realizar a tarefa que lhe cabe. Isso chega a um ponto em
que o dito cujo tem que se aposentar daquela atividade máscula e gloriosa,
retornando à antiga função necessária mas um tanto humilde e sem glórias, de
aparelho mijador.: E então, como qualquer idoso nessa fase, se tivesse o dom da
fala, limitar-se-ia a contar aos mais jovens histórias já conhecidas, que
começariam mais ou menos assim: “Vou
contar uma história para vocês : - Houve uma época em que eu...etc,etc,etc)”.
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