Já
faz um tempão que escrevi pela última vez, nestas páginas. Hoje é o dia 29 de
maio de 2015, quando resolvi escrever algo, inspirado numa notícia que me foi
transmitida por meu filho Sérgio. Trata-se da recente descoberta na Etiópia de
uma arcada dentária que teria feito parte da boca de um hominídio que viveu ao
que se pensa há mais de três milhões de anos.
Antes
de qualquer outro comentário, é interessante observar que os dentes são a parte
do corpo que melhor se conserva através
doa anos. Os ossos e tudo o mais viram pó, mas os dentes continuam !
Tanto
quanto se saiba, esses pré-homens que viveram há milhões de anos, tinham muita
semelhança com o “homo sapiens” que somos nós. Foram necessários milhões de
anos para que esses seres primitivos evoluíssem
ao que somos. Essa evolução obedeceu a um impulso pró-aperfeiçoamento, ao qual,
ao que parece, está sujeito o ser que derivou de um pré-chimpanzé para o
pré-homem caracterizado por possuir membros inferiores aptos ao caminhar e não
mais pendurar-se em galhos de árvores. E aqui coloco duas palavrinhas que são a
base das pesquisas científicas, seguidas por pontos de interrogação: “Porquê ?”
e “Como ?”. A busca pelas respostas a essas perguntas impulsiona o conhecimento
humano.
A
evolução da raça humana – e aqui aparece Darwin – obedeceu a um impulso
evolutivo misterioso, mas também e principalmente, a situações do meio ambiente
que provocaram nos pré-homens mudanças em sua morfologia ou em seus hábitos,
tendente ao que se pode chamar de evolução, pois quase sempre essas alterações
provocavam a necessidade de tomar decisões ou agir ou pensar de forma a provocar um certo grau de
desenvolvimento
intelectual
ou raciocinante.
Vejamos
um exemplo: Suponhamos que um grupo de pré-homens, todos cobertos de pelo, como
os macacos, tenha migrado, em busca de comida, lentamente, para uma região mais
quente; numa adaptação ao meio, seus pelos começariam a cair, num processo que
duraria milênios, de forma a adaptar-se
ao novo clima. Agora imaginemos essa mesma tribo, já sem pelos ou quase isso,
migrando outra vez em busca de comida, para uma região de clima bem mais frio.
Depois de várias gerações sofrendo o frio, num assomo de inteligência, um ou
mais indivíduos perceberiam que a pele dos animais sacrificados poderia servir
para abrigar seus corpos. Com isso nasceria a roupa que exigiria certas
adaptações e ajustes, o que significaria algum grau de destreza manual e
desenvolvimento cerebral.
O
impulso genético inerente à evolução, seria complementado por um desenvolvimento
lento e gradual do cérebro, a caminho do futuro homo-sapiens.
Parece
que essa evolução está restrita ao gênero humano, que seriam os únicos seres
vivos a evoluírem. Os demais, assim também como os humanos, estariam
inexoravelmente subordinados a pelo menos dois compromisso genéticos:
alimentar-se para a sobrevivência do indivíduo,
e procriar, para a sobrevivência da espécie. Mas isso nada tem a ver com a evolução!
Evoluir
é passar de uma situação pior para uma melhor, ao que parece. Sendo assim, era
de esperar que os atuais humanos fossem melhores do que nossos tris-avós
ex-símios. No entanto, não é bem isso que se vê! Pode-se imaginar que nossos
ancestrais se preocupassem praticamente só com o alimentar-se e procriar, sem
maiores ambições, sem invejas e sem maiores rancores, ou seja, praticamente sem
violência. Hoje em dia, porem, os descendentes desses símios apresentam-se
muitas vezes como indivíduos extremamente violentos, sádicos, bandidos mesmo. E
no entanto esses indivíduos têm a mesma origem que os demais não violentos.
Houve então, nesses casos, uma involução e não uma evolução; o mecanismo ou
impulso genético que faria com que os seres da raça humana ficassem cada vez
melhores, falhou ou não existiu nesses casos.
Porquê ? Como ? – Não se sabe ! Só nos resta contemplar com tristeza e
paciência essa piora da humanidade, fazendo como a mula do ditado: “y bueno, dijo la mula al freno !”